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Arriscava-se a acreditar

Atualizado: 9 de fev.

Diário de Criação | Capítulo 02



Era 2023 e eu tinha um original na gaveta, datado do início de 2020. 


Eu sentia que o texto poderia melhorar aqui ou ali. Comecei a revisar e revisar. Estava trabalhando com detalhes: trocar uma palavra, uma pontuação… O enredo seguia inalterado. 

As muitas revisões foram me tornando insensível ao texto. Mesmo depois de ter me afastado dele por quase três anos, revisá-lo retomou rapidamente nossa familiaridade. 


Percebi que precisava de mais olhos ali. Procurei ajuda. 


Primeiro passo: enviei para a revisão. Filipi foi, como sempre, um revisor muito perspicaz. Foi o primeiro a fazer perguntas muito interessantes sobre o texto. 


Segundo passo: enviei para duas leitoras críticas. 


Procurei por profissionais que me despertassem bons afetos e admiração.


Sou grata à Vanessa Passos pela sensibilidade na leitura, pela atenção aos detalhes e pelo apontamento que deu ao livro o título que ele tem hoje. “A Sombra” virou “A Sombra sem Corpo”.  


Sou grata à Marry Estery por trazer novas (e valiosas) perspectivas para o texto, por apontar caminhos e pelas sugestões que me ajudaram a aprimorar trechos muito significativos. 


Depois das leituras críticas, o enredo permaneceu essencialmente o mesmo, mas as cenas estavam significativamente mais interessantes. Pude explorar novas imagens e substituir as que não estavam muito boas… Também senti que o ritmo (principalmente na última parte da história) “desacelerou”. 


Eu estava mais feliz com o texto, mais confiante. Foi bonito perceber que, mesmo depois de três anos, aquela história continuava tão especial pra mim. A sombra estava resistindo ao tempo. 


Finalmente, tive a ideia de submeter meu trabalho a um crivo muito especial… Chegamos, assim, ao terceiro passo: leitores beta. 


Nessa etapa, Isabel já tinha assumido a tarefa de ilustrar o livro. (Vou falar mais sobre isso em posts futuros). Por isso, os leitores beta foram os primeiros a ter contato com as ilustrações – que ainda não estavam finalizadas. 


Pedi a algumas pessoas queridas, sensíveis e com diferentes gostos e hábitos para leitura, que lessem meu original. Foi uma gentileza, um pedido amigo. 


Alguns não puderam atender ao pedido (o que é perfeitamente normal e não gerou qualquer chateação – amo vocês, amigos). 


Outros pareceram não gostar muito do final. Isso me deixou apreensiva, mas decidi assumir o risco… (Não posso dizer mais do que isso. Não quero dar spoilers). 


Recebi também mensagens muito, muito positivas: gente que chorou, que queria uma cópia, que já estava recomendando o livro…  


A leitura (ou não leitura) dos meus amigos foi o golpe final em qualquer “medo de crítica” que eu ainda pudesse ter. 


Obrigada, gente boa. Vocês são mesmo especiais. sz


📸Foto: arquivo pessoal. Paraty, FLIP, 2023.




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